domingo, 27 de novembro de 2011

Expurgo nas relações



Em conversa com um amigo querido, ouvi pela primeira vez um termo cuja definição usual para mim, jamais poderia ser aplicada ao contexto das relações humanas. De acordo com o Dicionário Aurélio-(2006), Expurgo é: “ato ou efeito de expurgar. Purgar completamente; purificar; livrar do que é nocivo ou imoral, corrigir-se”.
De maneira mais geral, entende-se no senso comum, e em especial em ambientes hospitalares, que expurgo é um lugar onde depositamos objetos ou coisas com pouca ou nenhuma utilidade. O que pensar então sobre expurgar pessoas, sentimentos ou percepções que estas podem nos causar?. Trocando em miúdos, era disso que ele me falava. Eis então o motivo de tamanho estranhamento de minha parte ao ouvir alguém falar sobre “expurgar pessoas”, porém, em se tratando de alguém tão querido e admirado por seu carisma e eloqüência, o máximo que consegui fazer diante da situação foi ponderar enquanto ele metaforicamente começou a me explicar o que logo nomeei de “teoria do expurgo”. Hoje não só compartilho pessoalmente desta ideologia, como tentarei divulgá-la desde já. Bert Hellinger, o meu grande mestre no método das Constelações Familiares, na Alemanha e no mundo que me perdoe, mas desta vez precisarei em alguma medida “contrariar” a sua teoria sobre incluir a todos e jamais excluir alguém de nosso sistema sócio-familiar – quem sou eu para tanto, meu Deus(...). Mas enfim, a partir de hoje desejo ser alguém que não expurga o outro, mas a tudo que me faz mal, que possa gerar em mim insatisfação, tristeza e rancor. Buscarei sabedoria para não ferir ou magoar injustamente a nenhum de meus semelhantes, quero agir simplesmente de modo a respeitar os meus próprios limites humanos, com serenidade e força sei que poderei usar o meu próprio recolhimento de idéias, opiniões, atitudes e tudo o mais que um dia talvez tenha interferido negativamente na vida do outro. De hoje em diante eu abro mão de querer mudar o outro, de querer convencê-lo de minhas verdades errantes, a mim interessará apenas ser eu mesma, que é onde a vida e o amor habita. Não quero ser exemplo de nada a não ser de mim mesma, a explicação para tudo isso? Eu amo a vida e a tudo que dela decorre, eu amo acima de tudo o direito de cada um ser entre erros e acertos apenas o que se é. Cada pessoa é única e especial para mim e para o mundo, mas isso não me tira o direito de não alimentar em mim mesma os males que geralmente decorrem de relacionamentos superficiais. Eu definitivamente abro mão de manter-me próxima de alguém se para isto eu tiver que camuflar meus reais sentimentos para com àquilo que esta pessoa me representa naquele instante. Amanhã pode ser que nossos caminhos se cruzem novamente e outras razões existam para conviver de maneira mais plena, enquanto este dia não chega, continuarei respeitando o meu próprio sentimento custe o que custar, a isto batizei de honestidade e amor próprio (...).

Lucynara Santos PSICÓLOGA-CRP17/1559 e-mail/contato: ynaralu@bol.com.br

para referir:
SANTOS, Francisca Lucynara A.Expurgo nas relações
- in. Internet, disponível em http://psicologiamor.blogspot.com, postado em Novembro de 2011.

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